sexta-feira, 6 de julho de 2018

Lore Wow: A Cisão do Mundo


Ciente de que a destruição da Nascente significaria nunca mais poder manipular magia, Illidan, num arroubo de egoísmo, abandonou o grupo e alertou os altaneiros sobre o plano de Malfurion. Devido à insanidade causada pelo vício e ao ressentimento pela relação de seu irmão com Tyrande, Illidan não sentiu remorso algum em trair Malfurion e se aliar a Azshara e seus séquito. Acima de tudo, Illidan jurou proteger o poder da Nascente a qualquer custo.

Com o coração partido pela partida do irmão, Malfurion liderou os companheiros até o coração do templo de Azshara. Ao invadir a câmara de audiência principal, encontraram os altaneiros executando o sombrio encantamento final. O feitiço comunal produziu um vórtice instável de poder nas profundezas turbulentas da Nascente. A sombra imponente de Sargeras se aproximava cada vez mais da superfície, e Malfurion e seus aliados se lançaram ao ataque.


Azshara, advertida por Illidan, estava mais do que preparada para o embate. Quase todos os seguidores de Malfurion pereceram frente aos poderes da rainha insana. Tyrande, ao tentar atacá-la pelas costas, foi surpreendida pelos guardas pessoais da rainha. Embora os tenha sobrepujado, terminou gravemente ferida. Ao ver sua amada ao chão, Malfurion foi arrebatado por um ímpeto assassino e decidiu dar fim à vida de Azshara.

A guerra consumia o interior e o exterior do templo quando Illidan emergiu das sombras às margens da grandiosa Nascente. Tendo confeccionado um conjunto de recipientes especiais, ele ajoelhou-se e encheu cada um com as águas brilhantes da Nascente. Convencido de que os demônios esmagariam a civilização noctiélfica, ele planejava roubar a água sagrada e guardar a energia para si.

O decorrer da batalha entre Malfurion e Azshara lançou ao caos o feitiço cuidadosamente trabalhado dos altaneiros. O vórtice instável nas profundezas da Nascente explodiu, provocando uma reação em cadeia que dividiria o mundo para todo o sempre. A explosão colossal fez ruir o templo, lançando terremotos por toda a terra torturada. A terrível batalha entre a Legião e os elfos noturnos prosseguiu ao redor e acima da capital arruinada até que as águas cintilantes ascenderam e caíram sobre a própria Nascente, destruindo-a.


A CATASTRÓFICA EXPLOSÃO FEZ PARTIR A TERRA E MANCHAR OS CÉUS

Como consequência da implosão da Nascente, o esqueleto do mundo se partiu e as feridas abertas foram invadidas pelo mar. Quase oitenta por cento da superfície terrestre de Kalimdor foi fragmentada, deixando apenas um punhado de continentes separados em torno do mar violento que surgira. No centro do novo mar, onde antes havia a Nascente da Eternidade, restou uma tempestade tumultuosa de vagas furiosas e energias caóticas. A terrível cicatriz, conhecida como Voragem, não cessaria jamais seu turbilhão furioso, uma recordação permanente da terrível catástrofe… e da utopia perdida para todo o sempre.

De alguma forma, a Rainha Azshara e sua elite de altaneiros conseguiram, contra todas as expectativas, sobreviver ao ordálio. Torturados e corrompidos pelos poderes que haviam liberado, Azshara e seus seguidores foram arrastados para o mar voraz pela implosão da Nascente. Amaldiçoados e transformados, eles se tornaram as odiosas e serpentinas nagas. Tamanha fúria fez Azshara se expandir e tornar uma monstruosidade gigantesca, refletindo a malícia e a perversidade que sempre mantivera oculta em seu interior.

Nas profundezas da Voragem, as nagas construíram uma nova cidade, Nazjatar, de onde reconstruiriam seu poder. Mais de dez mil anos se passariam até que as nagas revelassem sua existência ao mundo da superfície.


O MONTE HYJAL E A DÁDIVA DE ILLIDAN

Os poucos elfos noturnos que sobreviveram à terrível explosão se juntaram em jangadas rústicas e, após uma longa viagem, chegaram à única porção de terra que suas vistas alcançavam. Não se sabe como, mas, graças a Eluna, Malfurion, Tyrande e Cenarius sobreviveram à Grande Cisão. Os heróis, cansados, concordaram em liderar os sobreviventes e estabelecer um novo lar para seu povo. Conforme avançavam em silêncio, caminharam sobre os destroços de seu mundo e perceberam que suas paixões haviam sido a causa da destruição que os cercava. Embora Sargeras e sua Legião tivessem sido expulsos do mundo pela destruição da Nascente, caberia ainda a Malfurion e seus companheiros ponderar sobre o terrível preço da vitória.Muitos altaneiros sobreviveram ilesos ao desastre. Junto a outros elfos noturnos, eles conseguiram chegar à costa. Apesar de Malfurion desconfiar das motivações dos altaneiros, ele estava satisfeito pelo fato de que eles não poderiam causar grandes problemas sem as energias da Nascente.

Assim que os elfos noturnos aportaram na costa da nova terra, viram que Hyjal, a montanha sagrada, havia sobrevivido à catástrofe. Buscando estabelecer um novo lar para si, Malfurion e o restante dos elfos noturnos subiram as encostas de Hyjal e chegaram ao topo cortado pelos ventos. Ao descerem o vale arborizado, aninhado entre os enormes picos da montanha, eles encontraram um lago pequeno e tranquilo. Para seu horror, perceberam que a água do lago havia sido conspurcada pela magia.

Illidan, que também sobrevivera à Cisão, havia chegado ao cume de Hyjal muito antes de Malfurion e dos elfos noturnos. Em meio ao empenho obsessivo em manter o fluxo de magia no mundo, Illidan despejara as preciosas águas da Nascente da Eternidade de seus recipientes no lago da montanha. As energias poderosas da Nascente entraram em ignição e amalgamaram-se em uma nova Nascente da Eternidade. Illidan estava extasiado. Ele acreditava que a nova Nascente seria uma dádiva para as gerações futuras e ficou chocado quando seu irmão foi atrás dele. Malfurion lhe explicou que o caos era inerente à magia e que o uso de tal poder levaria à corrupção e à guerra. Ainda assim, Illidan se recusou a renunciar aos poderes mágicos.

Plenamente consciente dos resultados vindouros das maquinações de Illidan, Malfurion decidiu cuidar da ambição doentia do irmão de uma vez por todas. Com a ajuda de Cenarius, Malfurion selou Illidan em uma caverna onde permaneceria preso e impotente até o fim dos tempos. Para certificar-se de que o irmão não conseguiria fugir, Malfurion concedeu a Maiev Cantonegro poderes para assumir a função de carcereira de Illidan.

Preocupados com a possibilidade de uma catástrofe ainda maior resultar da destruição da nova Nascente, os elfos noturnos a deixaram intocada. Contudo, Malfurion declarou que eles nunca mais praticariam as artes mágicas. Sob os olhos vigilantes de Cenarius, começaram a estudar as artes ancestrais do druidismo, que lhes permitiriam curar a terra devastada e fazer crescer mais uma vez suas amadas florestas aos pés do Monte Hyjal.

Texto retirado de:
World of Warcraft: Crônicas Volume I. São Pulo: Editora Leya, 2016.
https://wow.gamepedia.com/Titan
http://lendasdeazeroth.com.br

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