sexta-feira, 13 de julho de 2018

Lore wow: Aegwynn e a caça aos dragões


823 ANOS ANTES DE WARCRAFT I

As rivalidades entre as sete nações humanas iam e vinham e, enquanto isso, a linhagem de guardiões mantinha o caos sob vigília constante. Houve muitos guardiões, mas apenas um campeão por vez recebia os poderes mágicos de Tirisfal. Uma das últimas guardiãs daquela era destacou-se como um poderosa guerreira na luta contra as trevas. Aegwynn, uma humana impetuosa, foi aprovada pela Ordem e recebeu o manto dos guardiões. Ela se empenhou na caça e erradicação dos demônios onde quer que eles estivessem. Contudo, ela questionava com frequência a autoridade do Concílio de Tirisfal, quase todo composto de homens. Ela acreditava que os elfos ancestrais e os homens anciãos que presidiam o concílio tinham um pensamento muito rígido e não enxergavam longe o suficiente para encerrar de uma vez por todas o conflito com o caos. Aegwynn, cuja paciência para discussões longas era limitada, desejava provar seu valor a seus iguais e superiores, e, assim, em vários momentos decisivos optou pela bravura ante à sabedoria.

O domínio de Aegwynn sobre o poder cósmico de Tirisfal aumentava e ela veio a descobrir que um grupo de demônios poderosos rondava o continente gelado, Nortúndria. Ela viajou para o norte e seguiu o rastro dos demônios até as montanhas. Lá ela descobriu que os demônios estavam caçando uma das últimas revoadas dragônicas sobreviventes e sugando para si a magia inerente àquelas criaturas. Os poderosos dragões, fugidos do progresso contínuo das sociedades mortais, se viram travando uma batalha mais equilibrada do que esperavam contra a Legião e suas magias negras. Aegwynn confrontou os demônios e, com a ajuda dos nobres dragões, os erradicou. Quando o último demônio foi banido do mundo, uma grande tempestade irrompeu sobre o norte. Um rosto enorme e sombrio irrompeu dos céus sobre Nortúndria. Sargeras, o demônio rei e senhor da Legião Ardente, apareceu diante de Aegwynn, envolto em suas energias demoníacas. Ele informou à jovem guardiã de que o fim de Tirisfal estava próximo e que o mundo logo se curvaria ante a ofensiva da Legião.

A orgulhosa Aegwynn, crendo ser páreo para o deus ameaçador, lançou seus poderes sobre o avatar de Sargeras. Com uma facilidade desconcertante, Aegwynn massacrou o lorde demônio e destruiu sua forma física. Por temer que o espírito de Sargeras permanecesse vivo, Aegwynn selou o corpo arruinado de Sargeras num dos salões ancestrais de Kalimdor, que havia submergido quando a Nascente da Eternidade ruíra. Ela não tinha como saber que estava agindo exatamente de acordo com o plano de Sargeras. Sem perceber o que estava fazendo, Aegwynn selou a sina do mundo mortal, pois Sargeras, ao morrer fisicamente, transferira seu espírito para o corpo enfraquecido da guardiã. Sargeras permaneceria oculto nos recessos sombrios da alma de Aegwynn durante muitos anos sem que ela se desse conta.


O DESTINO DE DRAENOR - Kil’jaeden e o Pacto Sombrio

Enquanto Medivh nascia em Azeroth, Kil’jaeden, o Impostor, conspirava com seus seguidores na Espiral Etérea. O ardiloso lorde demônio, sob as ordens de Sargeras, seu mestre, tramava a segunda invasão da Legião Ardente a Azeroth. Desta vez ele não permitiria que ocorresse nenhum erro. Kil’jaeden inferiu que era necessário que as defesas de Azeroth fossem abaladas por uma nova força antes mesmo da Legião pôr os pés no mundo. Que, se as raças mortais, tais como os dragões e os elfos noturnos, tivessem de pelejar contra uma nova ameaça, eles ficariam fracos demais para opor resistência quando a verdadeira invasão da Legião chegasse.

Foi então que Kil’jaeden descobriu o vicejante mundo de Draenor, que flutuava em paz na Grande Treva Infinita. Lar das xamanísticas tribos órquicas e dos pacíficos draeneis, Draenor era tão idílica quanto vasta. Os nobres clãs órquicos vagavam pelos prados e caçavam por esporte, enquanto os inquisitivos draeneis construíam cidades rústicas no interior dos penhascos e picos de Draenor. Kil’jaeden sabia que os habitantes daquele mundo tinham grande potencial para servir à Legião, se fossem cultivados da maneira apropriada.

Das duas raças, ele julgou que os guerreiros órquicos eram mais suscetíveis à corrupção da Legião. Kil’jaeden seduziu e escravizou o xamã órquico ancião, Ner’zhul, da mesma maneira que Sargeras colocara a Rainha Azshara sob seu controle em eras passadas. E, através do astuto xamã, ele difundiu entre os clãs dos orcs a sede de sangue e a selvageria. Em pouco tempo, a raça antes espiritualizada se tornou um povo sanguinário. Kil’jaeden urgiu a Ner’zhul e os orcs que dessem o passo final: entregar-se inteiramente à busca da morte e da guerra. Mas o velho xamã, na percepção súbita de que seu povo estava prestes a se tornar escravo do ódio, conseguiu, de alguma forma, resistir ao comando do demônio.

Frustrado pela resistência de Ner’zhul, Kil’jaeden procurou outro orc que pudesse colocar seu povo sob o domínio da Legião. O astuto lorde demônio encontrou o discípulo ideal: o ambicioso aprendiz de Ner’zhul, Gul’dan. Kil’jaeden prometeu a Gul’dan poderes nunca antes vistos em troca de total e completa obediência. O jovem orc se tornou um estudante ávido da magia demoníaca e o mais notável bruxo mortal da história. Ele ensinou as artes do arcano a outros jovens orcs e lutou para erradicar as tradições xamanísticas. Gul’dan apresentou a seus irmãos um novo tipo de magia, um novo poder que exalava ares de danação e tragédia.

Para estender ainda mais o seu domínio sobre os orcs, Kil’jaeden ajudou Gul’dan a fundar o Concílio das Sombras: uma seita secreta que manipularia os clãs e espalharia a magia dos bruxos por Draenor. Quanto mais orcs manipulavam as magias demoníacas, mais os campos e rios de Draenor enegreciam e evanesciam. Com o tempo, os prados vastos que gerações e gerações de orcs haviam chamado de lar minguaram, deixando apenas um solo vermelho e arenoso. As energias demoníacas matavam, aos poucos, aquele mundo.


O ÚLTIMO GUARDIÃO

45 ANOS ANTES DO WARCRAFT I

A guardiã Aegwynn se tornou cada vez mais poderosa, e usou as energias de Tirisfal para estender sua vida. Na tolice de supor que havia derrotado Sargeras de uma vez por todas, ela continuou a salvaguardar o mundo dos lacaios do rei demônio por cerca de novecentos anos. Contudo, chegou o momento em que o Concílio de Tirisfal decretou o fim de seu tempo como guardiã. O Concílio ordenou a Aegwynn que ela voltasse a Dalaran para que eles pudessem escolher um sucessor para receber o poder do Guardião. Mas Aegwynn, que jamais confiara no Concílio, decidiu escolher um sucessor por conta própria.

A orgulhosa guardiã planejava gerar do próprio ventre um filho que herdaria todo o seu poder. Ela faria o possível para impedir que a Ordem de Tirisfal tentasse manipular o próximo guardião como haviam tentado manipular a ela própria. Ela viajou à nação do sul, Azeroth, e lá encontrou o homem perfeito para ser o pai de seu filho: um mago habilidoso chamado Nielas Aran. Nielas Aran era o mago da corte e conselheiro do rei de Azeroth. Aegwynn seduziu o mago e concebeu um filho dele. A afinidade natural entre Nielas e a magia correria no filho, e guiaria os passos trágicos daquela criança no futuro. O poder de Tirisfal também havia sido passado à criança, mas só despertaria quando ela atingisse a maturidade.

Quando chegou a hora, Aegwynn deu à luz um menino em um bosque recluso. Ela o nomeou Medivh, que na língua dos elfos superiores significa “guardião dos segredos”. Aegwynn acreditava que o garoto cresceria para se tornar o próximo guardião. Infelizmente, o espírito maligno de Sargeras, que se escondia no interior de Aegwynn, possuíra a criança indefesa ainda no ventre. Ela não fazia ideia de que o mais novo guardião do mundo já estava possuído por seu nêmesis.

Certa de que o garoto era forte e saudável, Aegwynn entregou o jovem Medivh à corte de Azeroth e o deixou lá para ser criado por seu pai mortal e sua gente. Abandonando a civilização, a guardiã se preparou para os reinos desconhecidos que a aguardavam além da vida. Medivh cresceu, um garoto forte que não fazia ideia do poder tirisfaliano que corria em suas veias.

Sargeras era paciente, e esperava o poder do jovem se manifestar. Medivh foi um adolescente popular, fama conquistada pela proeza nas artes da magia. Ele costumava se aventurar com dois amigos: Llane, o príncipe de Azeroth, e Anduin Lothar, um dos últimos da linhagem dos Arathi. Os três garotos se metiam constantemente em confusões por todo o reino, mas eram benquistos pelo povo.

Ao completar quatorze invernos, o poder cósmico de Medivh despertou e colidiu com o espírito pungente de Sargeras, que lhe habitava a alma. Medivh foi tomado por um estado catatônico que perdurou por anos. Ao despertar de seu coma, ele descobriu que se tornara adulto e que seus amigos Llane e Anduin eram os regentes de Azeroth. Embora ele desejasse usar seus recém-adquiridos poderes para proteger a terra que chamava de lar, o espírito sombrio de Sargeras perturbava seus pensamentos e emoções, levando-os a um fim insidioso.

O coração de Medivh enegrecia e nele habitava um Sargeras extasiado, que sabia que os planos para a segunda invasão estavam prestes a se concretizar, e que quem os tornaria possíveis seria ninguém menos que o último guardião do mundo.

Texto retirado de:
World of Warcraft: Crônicas Volume I. São Pulo: Editora Leya, 2016.
https://wow.gamepedia.com/Titan
http://lendasdeazeroth.com.br

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